quarta-feira, 10 de agosto de 2011

SILHUETA

Minha prima Ângela me contou um fato engraçado na sexta-feria passada. Uma mulher (gorda) perguntou a ela:
- Como você perdeu sua silhueta?
Muito educada, Ângela respondeu:
- Engordando.
Mais desaforada, eu gostaria de ter dito:
- Do mesmo jeito que você.
Bem, esse é um assunto delicado para toda a imensa maioria da população que se encontra acima do peso. Na verdade, acho que só quem não tem o que comer não pensa em emagrecer. Não conheço uma única pessoa que não se preocupe com seu peso. As exceções são algumas atrizes e modelos que declaram, na maior cara de pau, que não cuidam da dieta nem fazem exercício.
Bem, há vários anos eu risquei alguns comentários da lista dos que podem sair de minha boca.
Por exemplo: se eu entrar em uma maternidade e passar por mim uma mulher com um barrigão imenso gritando de dor, eu jamais perguntarei se está grávida. E, se alguém me contar que está indo ter o bebê, faço a maior cara de planta e comento:
- Puxa, nem parece!
A principal responsável por eu ter tomado essa decisão foi minha mãe. Há 26 anos, para ser bem exata, estávamos em uma sauna, em Caldas Novas. Sei o número de anos porque eu estava grávida da Flá e da Dani. Tinha uma moça com uma barriga de uns 5 ou 6 meses de gravidez. Lembro como se fosse hoje. Ela estava na ducha, e minha mãe, comentando que eu estava grávida, perguntou:
- E o seu, para quando é?
Se olhos lançassem mísseis, minha mãe teria virado pó.
- Eu NÃO estou grávida.
Como estávamos em trajes de banho e biquini não tem bolso, não tinha nem lugar para enfiar a cara. Ali começou a tomar forma minha decisão de não fazer ESSA pergunta para ninguém.
Anos depois, estávamos no hospital, Cristina tinha acabado de ter a Fernanda. Mamãe, eu, Cristina e Clarice temos uma característica maravilhosa. O bebê nasce e a barriga da gente volta ao normal quase que imediatamente. Quando Serginho nasceu, eu saí do hospital com um vestido acinturado do tempo que era solteira.
Bem, Cristina precisava andar um pouquinho pelo corredor, e fomos. Ela estava com um roupão leve, bem bonitinho, praticamente sem barriga. Do lado oposto, vem uma moça, coitada, com a camisola do hospital, toda desgrenhada, com um barrigão enorme, se arrastanto, agarrada no braço da acompanhante. Cruzamos com ela umas duas vezes, demos aquela balançadinha de cabeça para cumprimentar, até que mamãe não aguentou:
- Será que o seu vai nascer ainda hoje?
- Nasceu ontem.
Se a coitada não estivesse em situação tão precária, teria atacado minha mãe. E mamãe ainda pisou:
- Ah, a da minha filha também.
Imagino o que a mulher pensa sobre a torturadora do hospital até hoje.
Isso selou minha decisão de JAMAIS perguntar se está grávida, ou quando o bebê vai nascer.
Outra decisão que tomei foi não comentar sobre aumento nem diminuição de peso. Coisa chata é gente que fica comentando:
- Você emagreceu! Você engordou, né?
Larga do meu pé, chulé!
Conheço uma mulher que todo santo domingo tinha que analisar o desempenho de meu peso. Dei tanto fora nela que acabou desistindo. Se ela dizia que eu tinha engordado, eu falava que tinha emagrecido 5kg. Se ela me achava mais magra, eu falava estava preocupada pelo aumento do peso. Ela não conseguia acertar uma. Acabou desistindo. É uma boa estratégia.
Coisa aborrecida é você ter aumentado um monte de quilos, saber disso, querer emagrecer e não conseguir, e ainda aguentar os outros comentando.
Afinal de contas, por que o peso da gente incomoda tanto as outras pessoas? Por que todo mundo fica analisando nosso desempenho na balança? Conheço gordinhas muito bonitas e magras horrorosas. Também conheço magras lindas e gordinhas pavorosas.
E há feias e bonitas de coração maravilhoso, assim como de coração péssimo.
Então, parei de observar o peso alheio. Assim como sou observadora atenta do meu peso, faço questão absoluta de ignorar por completo as variações do peso alheio. Claro, a não ser que a variação seja grande. Aí, não tem quem não note que a pessoa perdeu a silhueta. Mas, perguntar como isso aconteceu, ou tomar a iniciativa de comentar o assunto, isso eu juro que não faço.
Ah, e já consegui emagrecer 11kg. Vou devagar, mas sempre!!!!!!!!!
A gorda, além de tudo, não tem bom gosto. Minha prima é linda!!!!!! A foto foi tirada no aniversário dela, e comemos bastante, o que atrapalhou, um pouquinho, nossa silhueta. KKKKK

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA

Olhei. Pensei. Peguei, larguei de novo. Dei uma volta para ver se esquecia. Sem sucesso. A boca encheu de água. Confesso que sucumbi. Como os dependentes de outras drogas, agarrei duas. Consumi uma inteirinha no domingo, a outra na terça-feira.
Não, não foram garrafas de uísque, foram barras de chocolate.
Comparo minha relação com o doce (na verdade, o chocolate é dos que menos me atrai) à dos alcoólatras com o álcool. Não posso dar a primeira mordida, assim como eles não podem dar o primeiro gole. Não sei comer uma colher de sobremesa de doce de leite. Tem que ser uma vasilha cheia. Não como um quadradinho do chocolate, lá se vai a barra inteira.
Passei por uma desintoxicação há anos, quando entrei para o Vigilantes do Peso. Venci. Fiquei muito tempo sem comer doce. Chocolate, aliás, até hoje não me atrai muito. O de domingo era especial: daquele Lindt vermelhinho, com um recheio mole. Mas minha paixão são os doces cremosos, musses, tudo feito com Leite Moça, mas sem biscoito (não gosto de pavê com biscoito, não), doces de frutas, sobremesas bem elaboradas.
Nessa época do Vigilantes do Peso, fui deixando de comer açúcar aos poucos. Cada dia era um dia. "Só por hoje", como no AA. Pronto. O açúcar saiu de minha vida. Nem sentia vontade.
Mas, aí, veio a depressão. Com ela, parei de comer. Ficava o dia inteiro sem pôr nada na boca, não sentia vontade. A médica, preocupada, me disse que era para comer o que tivesse vontade. Ah, isso foi o estouro da boiada! Eu só tinha vontade de comer doce. E lá se foi pelo ralo o treinamento de muitos anos.
Aos poucos, o apetite foi voltando, e eu não tinha forças para resistir ao doce. Tomava uma lata de leite condensado de uma sentada só. Meio vidro de doce de leite. Via os números na balança cada vez maiores, as roupas cada vez mais apertadas, a figura no espelho cada vez mais ampla e eu cada vez mais angustiada com tudo isso, e sem a menor força para nadar contra a maré. Foi difícil, foi muito duro.
Descobri uma coisa: no mercado, 90% dos produtos para dieta são doces. Isso é péssimo, porque é impossível replicar o sabor do verdadeiro açúcar. Aqueles produtos apenas aguçam ainda mais a vontade de comer sobremesa de verdade. Não adiantam nada. Não acabam com o anseio por um bom cheese cake.
É igual ao tratamento de qualquer outro vício: tomar a decisão de não comer, e encontrar, em algum lugar, forças para vencer cada dia. De vez em quando, um Lindt vermelhinho aparece na prateleira e atrai a gente como a sereia com o pescador. Ah, mas ele não tem o poder de me levar para o fundo do mar e me fazer afogar, não. Comi duas barras, mas já voltei à sobriedade. Só por hoje.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

OVERWEIGHT!!!! QUE M...ARAVILHA!!!!!!!

Tudo é uma questão de perspectiva. Ontem à tarde, pensei isso com relação a meu peso e, à noite, tive a confirmação de que estava certa.
À tarde, pensei que estava feliz por chegar aos 80kg. E me lembrei do tempo em que 66 já me colocavam em estado de alerta máximo. Subindo dos 64, 66 eram demais. Vindo, porém, de quase 90, chegar aos 80 é uma vitória a ser comemorada.
À noite, liguei meu Wii. Comprei o jogo em julho, mais uma das ferramentas para perder peso. O Wii Fit é uma pequena plataforma, na qual eu subo, segurando o controle remoto. Essa plataforma me pesa e mostra o índice de gordura. Depois, apresenta os exercícios que devo fazer, me dá nota por eles e me diz quantas calorias gastei. Além disso, mostra a tabela com as variações no peso.
Quando eu ligo o aparelho e subo na plataforma, uma vozinha de criança diz:
- Measuring, measuring, measuring...
Depois, mostra os números e, no primeiro dia, falou:
- Obese!
Depois, foi dizendo, todos os dias:
- Less obese! Less obese!
Mas ainda era obese!
Ontem, pela primeira vez, a menininha falou:
-OVERWEIGHT!
Quase não acreditei. Depois de tanto tempo, fui promovida a overweight! Que alegria!
É, tudo é uma questão de perspectiva.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

REMÉDIOS INFALÍVEIS PARA EMAGRECER

Ontem meu primo Arturo (Tuto) postou no Facebook que descobriu ter hipotireoidismo, o mesmo problema do Ronaldo Fenômeno. Por isso não consegue perder quilos extras. Outro primo, o Fernando (Desculpe, mas esqueci seu apelido.), prescreveu logo remédios infalíveis para resolver a situação: Fechabocol, Cancelobeberol, Dispensoguloseimol e Futebol. O último remédio da lista não é muito do meu gosto, então perguntei se poderia substituir por Academiol. Muito solícito, Fernando respondeu imediatamente que posso, sim, mas que, como sou do "tipo fêmeo", preciso acrescentar um comprimido diário de Esqueceoleitemoçol. Caí na gargalhada imediatamente, claro.
A verdade é que meu primo, na brincadeira, apresentou a receita infalível, que todo mundo sabe que funciona. E ainda tocou num ponto que me intriga: o fascínio que o doce exerce sobre nós, do "tipo fêmeo".
Por que, nos restaurantes, a gente vai logo para a parte de sobremesas do cardápio? Depois de analisar as opções dali, pedimos o salgado de forma a "sobrar lugar" para o doce. Será que existe alguma explicação médica para isso?
Outro dia, em um shopping em Natal, depois de almoçar, compramos umas "pequenas" fatias de torta em uma doceria maravilhosa chamada Pé-de-moleque. Enquanto comíamos, comentei com o Sérgio que 90% das pessoas que se acotovelavam no balcão eram mulheres.
Eu consegui uma grande vitória sobre os doces. Hoje, sou extremamente seletiva. A torta supracitada valia cada caloria. Mas eu não como doce só por comer. Tem que ser um doce especial. Não como sobremesa todos os dias. Mas foi difícil. E, até hoje, de vez em quando tomo um comprimido de Esqueceoleitemoçol.
Bem, tenho tomado os remédios prescritos pelo Fernando, mas com falhas no Academiol. Ainda assim, continuo emagrecendo. Ai, que bom!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

REENCONTRO

Há cerca de dois anos, tive um dia de fúria. Meu armário estava repleto de roupas que não me serviam, e decidi vetar todas elas. Não tive coragem de me desfazer de tudo, minha fúria não foi tão longe, mas guardei bem, no maleiro do closet. Lá elas estão, à minha espera.
Mas havia uma calça branca, muito querida. Não sei por que eu gosto tanto dessa calça. Não tem nada de especial, mas eu não consegui defenestrar a coitada. Deixei pendurada com as poucas que serviam, esperando que um dia pudesse voltar a vesti-la. E isso aconteceu hoje!!!!!!!!!!!!!!!!! Fiquei super-hiper feliz.
Foi um início auspicioso para minha primeira semana completa de volta à vida normal, depois de quase dois meses de férias.
Começou bem. E vai melhorar.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

DE VOLTA PRO MEU ACONCHEGO


Olha aí eu e meu amigo Mate. Ele me escolheu para ser melhor amiga. E mostra para você, Bloguinho, que eu já emagreci bastante!
Cheguei de volta em casa hoje. Viajei no dia 3 de janeiro para Orlando, voltei dia 17 e, no dia seguinte, fui para Natal. Complicado controlar alimentação e exercícios com tanta viagem.
Mas consegui, até certo ponto. Em Orlando, não preciso me preocupar com exercícios. A gente anda praticamente o dia todo. Basta apertar o passo um pouco e, pronto, exercício feito. Já em Natal... Tomei a decisão de relaxar. Mesmo assim, me exercitava todos os dias na piscina do hotel.
A alimentação foi mais complicada em Natal. Muita coisa calórica. Mas me saí bem. Voltei do mesmo tamanho que fui.
Não sei, Bloguinho, se você lembra que no ano passado prometi que ia começar te contar as frutas que comeria, depois que passasse toda a confusão de cirurgia, festas de fim de ano e férias. Pois é, eu não esqueci, e começo amanhã a tratar disso. Preciso da sua ajuda. Será que vou conseguir aprender a comer frutas todos os dias?

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

TÁ SAMBANDO

Já comentei várias vezes sobre roupas apertadas. É triste quando a gente vai engordando e elas vão encolhendo. Não sei, basta comer um monte de doce e a roupa encolhe, mesmo se ficar apenas pendurada no cabide. Acho que é por raiva que elas encolhem.
Ah, mas quando a gente se comporta na alimentação e no exercício, aí vem o clímax, sobre o qual nunca falei: roupa larga!
No meu caso, a roupa cresce primeiro nas coxas. Eu toda hora ponho a mão no tecido extra, apalpo. Parece que é para ter certeza de que a roupa cresceu mesmo, que eu não estou sonhando.
E quando é nos braços! Uma blusa que não abotoava e volta a abotoar... coisa deliciosa, parece mentira.
Quer ver uma pessoa feliz, é uma gordinha em processo de emagrecimento levar uma calça para apertar. Aí a costureira examina, examina, e diz, com ar muito contrito:
- Não dá para ajustar. Está larga demais.
A quase ex-gordinha fica sem a calça, mais sai de lá voando de alegria.
Não cheguei a levar à costureira, mas perdi uma calça assim. Calça bonita, comprei na GAP, no fim do ano passado. Não vou contar o número. Segundo Sílvia, minha psicóloga, colocar meu peso ali em cima já é um avanço muito grande. Revelar o número da roupa ainda não consigo.
Bem, estou felicíssima, porque a calça não serve mais, não dá para apertar aquele tanto. Que delícia que é uma roupa sambando no corpo. Na verdade, nem sei onde anda essa calçona. Enfiei em algum lugar. Não quero me encontrar nunca mais com ela.
E tem outras, mais recentes, que também já estão começando a sambar. Acho que o carnaval do ano que vem já começou aqui em casa. Tá tudo sambando.
Ainda falta muitas roupas sambarem na cintura. Elas que me aguardem.
Ah! tirei os últimos três pontos. Fiquei livre de uma das gazes. IUPIIIIII!!!!!!!